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Quem ainda “dá um Google”?

Por Camila Farani
Mais influente da América Latina pela Bloomberg | Investidora Shark Tank Brasil | Empreendedora | LinkedIn Top Voice | Investidora

Pode reparar: a sua irmã mais velha ou o seu tio distante ainda fazem buscas no Google, mas a sua sobrinha ou a sua enteada não.

Enquanto você busca respostas no velho navegador, uma nova geração está abrindo TikTok, Amazon e chamando IA no celular para resolver o que precisa. O que isso significa? Simples: o Google está se tornando o que ele mais temia ser – obsoleto. (ou será que ele vai dar uma reviravolta?)

Não é preciso ser um especialista para notar que o Google já não é mais o mesmo. Seus resultados de busca estão saturados de anúncios irrelevantes, links inúteis e, agora, uma enxurrada de conteúdo genérico gerado por IA. Aquela experiência “vou achar a resposta certa” foi substituída por “vou perder tempo filtrando o que não presta”.

Enquanto isso, TikTok, Amazon e inteligência artificial surgem como atalhos mais rápidos, mais práticos e, acima de tudo, mais precisos. No TikTok, o usuário encontra o que quer em segundos. Na Amazon, a jornada de compra começa e termina no mesmo lugar. E os assistentes de IA? Eles nem pedem licença, já chegam com a resposta.

O Google não está mais no centro das decisões. O que isso significa?

As buscas estão migrando para outras plataformas. Quando você quer uma análise de produto, você vai no Google? Não. Vai na Amazon. Quando precisa de uma receita ou dica rápida, você corre para o Google? Não. Vai no TikTok. E, quando precisa de uma resposta objetiva, o Google ainda é sua escolha? Provavelmente não, porque agora você tem a IA para responder na lata (já ouviram falar na Perplexity?).

Essa migração de comportamento é invisível, mas devastadora. O Google perdeu o controle sobre algo que sempre dominou: a intenção de busca.

👉🏼 E, se as pessoas não estão mais começando suas buscas no Google, os anunciantes também não. De acordo com o eMarketer, a participação do Google no mercado de anúncios de busca dos EUA vai cair para menos de 50% pela primeira vez na história. Não precisa ser analista financeiro para entender o que isso significa: o pilar que sustenta o império do Google está rachando.

💰 E sabe para onde estão indo os dólares de publicidade? Para Amazon e TikTok. Faz sentido. Se você já está no TikTok buscando inspiração de viagem ou procurando a “melhor câmera de celular”, o próximo passo lógico é o anúncio te convencer a comprar. O mesmo acontece na Amazon, onde o ciclo de busca e compra está integrado.

A lógica é simples: quem controla a atenção, controla o dinheiro.

Será que a IA é a futuro rival do Google?

A Inteligência Artificial não veio só para competir. Ela veio para mudar o jogo. O conceito de busca em si está sendo substituído por algo mais eficiente. Não queremos mais “buscar”, queremos “receber” a resposta.

Os chatbots de IA como o ChatGPT e o Perplexity não entregam links. Eles entregam soluções. Isso é uma mudança de paradigma que o Google não está conseguindo acompanhar. Lembra quando a Nokia insistiu em teclados físicos enquanto o mundo já se rendia às telas touch? Exatamente isso.

Enquanto o Google corre para adicionar respostas de IA aos seus resultados de pesquisa, Apple e Microsoft já integraram IAs nos sistemas operacionais de seus dispositivos. Ou seja, você não precisa mais abrir um navegador. A resposta já está ali, no sistema, sem “googlear” nada.

❇️ Aqui está a verdade: a busca não está morrendo. Está mudando de endereço. E qual é a lição que fica para o seu negócio:

1. Controle o ponto de partida do seu cliente Se o seu cliente está começando a jornada de compra em outra plataforma, você já perdeu. Veja o caso da Google. Ela pode ter deixado de ser o “ponto de partida” e, agora, TikTok, Amazon e IA podem tomar o controle. Onde está o ponto de partida do seu cliente? Está nas suas mãos ou nas mãos do concorrente?

2. Respostas rápidas superam caminhos longos As pessoas não querem mais “escolher” entre 10 opções. Elas querem uma resposta. É por isso que IAs e TikTok ganham espaço: não fazem o cliente perder tempo. Se a experiência do seu cliente está cheia de etapas, filtros e perguntas, cuidado. Alguém vai simplificar isso por você – e ganhará o mercado.

3. Não confunda estabilidade com segurança Acreditar que sua posição é permanente é fatal. E talvez você também esteja caindo nesse erro. O que hoje parece um ativo inabalável (seja uma posição de liderança ou uma vantagem competitiva) pode ser o seu ponto cego amanhã.

Não tem regulamentação que salve uma empresa que não escuta o cliente, certo?

Portanto, se você ainda acha que seu cliente vai sempre seguir o mesmo caminho para encontrar você, é hora de repensar isso. O maior buscador do mundo está fazendo o mesmo. Por que a sua empresa não faria?

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/quem-ainda-d%C3%A1-um-google-camila-farani-sjl8f/

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